Vinte
espécies de aves conseguem entender o chamado uma
das outras
Espécies
de aves de diferentes continentes compartilham chamados
de alarme contra invasores de ninhos, o que pode indicar
uma origem comum da linguagem
22/12/2025 – Mais
de 20 espécies de aves ao redor do mundo usam um
chamado de alarme semelhante, um “ganido”, para
avisar sobre a presença de parasitas de ninhada como
os cucos. Esse chamado é compreendido por todas essas
espécies, que compartilham um ancestral comum de
cerca de 53 milhões de anos. O uso dessa vocalização
sugere uma possível origem da linguagem.
Espécies de aves
de diferentes continentes, como o wren-fada na Australásia
e a toutinegra-esverdeada na Europa, usam a mesma vocalização
para alertar sobre parasitas de ninhada. Essa convergência
ocorre em áreas com alta presença desses parasitas,
e ao ouvir o chamado, os pássaros tentam afastar
os invasores com ataques agressivos.
Parasitas de ninhada representam
uma ameaça grave para a prole, mas não para
os pais, segundo os pesquisadores. Nos wren-fada, aves cooperativas,
o chamado de alarme atrai outros indivíduos para
participar do assédio ao invasor, aumentando a proteção
dos filhotes.
Pesquisadores descobriram
que aves hospedeiros na Austrália e na China reagiam
rapidamente a chamados de alarme de outras espécies
de diferentes continentes, indicando que a vocalização
facilita a comunicação entre espécies.
Pode não se tratar de um alarme ancestral compartilhado,
mas de uma característica acústica eficaz
para afastar parasitas de ninhada.
Em experimentos com toutinegras-amarelas
na América do Norte, que não emitem chamados
de alarme, as aves reagiram rapidamente a chamados de outras
espécies, sugerindo um componente inato na resposta.
Espécies em áreas com parasitas de ninhada
adaptaram esses chamados para comunicar riscos específicos
do ambiente local.
Pesquisadores sugerem que
aves adaptaram vocalizações instintivas de
pedido de socorro para alertar sobre ameaças à
prole, o que explica o uso de sons semelhantes em diversas
espécies ao redor do mundo. O estudo relaciona essa
adaptação à ideia de Charles Darwin
de que a linguagem humana pode ter se originado da modificação
de sons instintivos produzidos por humanos e outros animais.
Esses chamados têm
significados específicos e podem se referir a objetos
ou eventos externos, mostrando uma forma de “referencialidade”
semelhante às palavras humanas. Isso indica que a
comunicação animal e a linguagem humana estão
em um continuum, e não que a linguagem seja exclusivamente
humana.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay