Editorial:
Pick-upau completa 21 anos com muitos desafios
Organização
fundada em 1999 vê deterioração da política
ambiental no Brasil e nos EUA
26/08/2020 – Na há
motivos para comemoração. Esse é o
principal sentimento entre os ativistas e dirigentes da
Agência Ambiental Pick-upau e não se trata
apenas de um anseio. Os motivos são reais.
O Pantanal arde em chamas
desde janeiro, as perdas da biodiversidade são imensas,
ainda não há como avaliar o tamanho da destruição
da fauna e flora, o bioma enfrenta sua pior tragédia
ambiental em décadas. A Amazônia continua sofrendo
com desmatamento, incêndios, mineração
irregular, invasão de unidades de conservação
e terras indígenas e a grilagem de outras terras
públicas, atualmente em proporções
maiores e sem mecanismos de controle. As comunidades indígenas
correm risco de morte diariamente e parecem abandonadas
a própria sorte.
Tudo isso parece muito óbvio.
Essas informações estão nos noticiários
todos os dias, mas para quem vive diretamente esses problemas
o fardo tende a ser mais preocupante. Ver importantes conquistas
voltadas à conservação serem destruídas;
assistir instituições serem enfraquecidas
e algumas vezes, simplesmente extintas; observar o aumento
de crimes ambientais e a redução da fiscalização
e penalizações é frustrante.
Isso dá a dimensão
de como nosso Estado é frágil e está
desprotegido. Em pouco mais de um ano meio muito da estrutura
de preservação do meio ambiente foi minada,
perdendo sua capacidade de operação. INPE
- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, criado em 1961;
FUNAI – Fundação Nacional do Índio,
criada em 1967; IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis, criado em 1989;
ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade, criado em 2007; FNMA – Fundo Nacional
de Meio Ambiente, criado em 1989, são apenas algumas
dessas instituições de governo que passam
pelo processo de desestruturação, para ficarmos
apenas naquelas ligadas às questões ambientais.
A cada ano os desafios se
renovam, mas o biênio 2019-2020 superou todas as expectativas.
De certo que nossa República já se embriagou
outras vezes, mas a ressaca agora parece mais forte e persiste
em não passar. Resta saber se vamos sair dela sem
sequelas ou a gravidade daquelas que restarão serão
permanentes. A sensação de estarmos vivendo
entre a loucura e a lucidez nessa espécie de limbo
da sociedade se reflete claramente na política ambiental.
Não só no
Brasil, mas também nos Estados Unidos as políticas
ambientais têm sofrido derrotas e retrocessos e todos
nós sabemos que decisões dos norte-americanos
têm muita relevância sobre as políticas
ambientais globais, como os acordos sobre o clima, conservação
da biodiversidade, preservação dos oceanos
entre outras áreas essenciais para a vida do planeta.
A pandemia de Covid-19 trouxe
a esse cenário, desafios ainda mais difíceis
e situações quase inimagináveis para
o Brasil e o resto do mundo, mas como se sabe nosso país
e o Estados Unidos estão passando por momentos ainda
mais complexos, devido a tomadas de decisões.
Quando esse momento passar,
faremos todos, reflexões sobre as causas diretas
e indiretas que levaram o mundo a esse ponto. Fatalmente
essas conclusões se convergirão às
questões ambientais, sobretudo pelas mudanças
climáticas e a destruição de habitats
e a biodiversidade.
A Agência Ambiental
Pick-upau estará aqui para ajudar na conservação,
preservação e manutenção do
meio ambiente e cobrar políticas públicas
ambientais das autoridades e de atitudes socioambientais
e sustentáveis também da sociedade no Brasil
e no mundo.
Da Redação
Fotos: Reprodução/Pick-upau