Poluição
sonora deixa aves agressivas
O
estresse da poluição sonora também
afeta a vida selvagem
25/02/2023 – Um novo
estudo da Universidade Anglia Ruskin, do Reino Unido e da
Universidade Koç, da Turquia aponta que o estresse
sonoro afeta de forma significativa as aves e deixa os animais
mais agressivos.
A pesquisa publicada na revista Behavioral
Ecology and Sociobiology verificou que aves da espécie
tordos ficam mais agressivos quando são expostos
aos ruídos de tráfego urbano. A espécie
que costuma ser competitiva intensifica sua batalha por
espaços e controle de territórios. As aves
rejeitam a entrada de outros indivíduos e alteram
seus cantos para expulsar os rivais antes de atacarem os
intrusos e agora os pesquisadores observaram que eles ficam
ainda mais agressivos por conta da poluição
sonora.
Para obter os resultados do estudo, os
pesquisadores colocaram um intruso produzido em 3D na área
de gramado de uma família de tordos em um parque
periférico na cidade de Istambul, na Turquia. A ave
falsa foi equipada com um alto-falante que reproduzia vocalizações
dos tordos para chamar a atenção da família
que mora no local. Contudo, quando o alto-falante reproduziu
o barulho de veículos os tordos ficaram ainda mais
nervosos e irritados.
Quando o experimento foi reproduzido
em um parque no centro de Istambul os tordos não
ficaram mais agressivos e cantaram menos. Ou seja, aqueles
indivíduos que vivem próximo aos centros urbanos
se adaptaram a poluição sonora e as aves que
vivem no meio rural são mais suscetíveis ao
barulho.
Segundos os pesquisadores, a explicação
pode estar na hipótese de que a poluição
sonora de trânsito causa uma interferência na
comunicação das aves, dificultando a transmissão
de sinais acústicos importantes para as aves. Eles
avaliam ainda que se as aves precisam emitir mais sinais
para afastar rivais podem ficar mais vulneráveis
a predadores e talvez saibam disso.
Criado em 2015, dentro do setor de pesquisa
da Agência Ambiental Pick-upau, a Plataforma Darwin,
o Projeto Aves realiza atividades voltadas ao estudo e conservação
desses animais. Pesquisas científicas como levantamentos
quantitativos e qualitativos, pesquisas sobre frugivoria
e dispersão de sementes, polinização
de flores, são publicadas na Darwin Society Magazine;
produção e plantio de espécies vegetais,
além de atividades socioambientais com crianças,
jovens e adultos, sobre a importância em atuar na
conservação das aves.
Da Redação, com informações
de agências internacionais.
Fotos: Reprodução/Pixabay
