Migração
precoce pode trazer sérios problemas para pequenas
aves
As
mudanças climáticas pressionam pequenas espécies
e deixam declínio mais próximo
09/05/2025 – Um novo
estudo da Universidade de Alberta revelou que o papa-moscas-pequeno,
uma ave norte-americana em rápido declínio,
está iniciando sua migração de outono
cerca de 14 dias mais cedo do que há 32 anos. Essa
mudança aumenta a pressão sobre sua sobrevivência
durante a longa viagem anual do Canadá até
a América Central.
O papa-moscas-pequeno, o
menor do grupo, sofreu uma redução populacional
de 53% nos últimos 50 anos, devido ao uso de pesticidas
e à perda de habitat, sendo agora classificado como
espécie prioritária para conservação.
A antecipação da migração, provavelmente
causada pelas mudanças climáticas, pode comprometer
ainda mais sua sobrevivência. Segundo o professor
Glen Hvenegaard, alterações no acesso a recursos
durante a migração podem contribuir para o
declínio contínuo da espécie.
O papa-moscas-pequeno desempenha
um papel importante no ecossistema, controlando insetos
e servindo de alimento para predadores como falcões
e corujas. Utilizando 32 anos de dados do Observatório
de Aves de Beaverhill, pesquisadores analisaram os padrões
de migração de outono dessa espécie
em Alberta, um de seus locais de reprodução.
O estudo, um dos poucos focados nessa fase migratória,
oferece insights sobre o comportamento migratório
tanto de adultos quanto de filhotes, que enfrentam seu primeiro
grande desafio de sobrevivência no outono.
O estudo revelou que os
adultos de papa-moscas-pequeno migraram 13 dias antes do
nascimento dos filhotes, com as fêmeas partindo cinco
dias antes dos machos. Segundo Hvenegaard, essa mudança
no timing pode levar a uma perda de sincronismo com os recursos
essenciais, como temperatura ideal e oferta de insetos,
comprometendo a reprodução e a sobrevivência
dos filhotes. Se o padrão continuar, a espécie
pode enfrentar riscos ainda maiores, como eventos climáticos
extremos fora de época, ameaçando sua continuidade
nas próximas décadas.
O estudo também mostrou
que os filhotes de papa-moscas-pequeno iniciaram a migração
cerca de dois dias mais cedo, o que levanta preocupações,
já que são inexperientes, menos eficientes
e mais vulneráveis a condições ambientais
dessincronizadas. Como a espécie vive apenas até
cinco ou seis anos, essas mudanças podem ter um impacto
significativo. Segundo Hvenegaard, os resultados reforçam
a influência das mudanças climáticas
nos padrões migratórios da espécie.
A migração
das aves é influenciada por fatores como a duração
do dia, temperatura e clima, e alterações
nesses elementos podem antecipar sua partida. Hvenegaard
destaca que reduzir as emissões de carbono e preservar
o habitat da floresta boreal é crucial para a sobrevivência
do papa-moscas-pequeno, uma espécie resiliente que
evoluiu desde os dinossauros. Ele ressalta que entender
os impactos nas aves pode ajudar a prevenir efeitos mais
amplos, inclusive sobre os humanos. Os coautores do estudo
incluem Myrthe Van Brempt e Geoff Holroyd, do Observatório
de Aves de Beaverhill.
Criado em 2015, dentro do
setor de pesquisa da Agência Ambiental Pick-upau,
a Plataforma Darwin, o Projeto Aves realiza atividades voltadas
ao estudo e conservação desses animais. Pesquisas
científicas como levantamentos quantitativos e qualitativos,
pesquisas sobre frugivoria e dispersão de sementes,
polinização de flores, são publicadas
na Darwin Society Magazine; produção e plantio
de espécies vegetais, além de atividades socioambientais
com crianças, jovens e adultos, sobre a importância
em atuar na conservação das aves.
Da Redação,
com informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay