25/04/2023
– Cientistas descobrem resíduos plásticos no
Oceano Antártico em meio a espécies que são
base da cadeia alimentar na região. A cada momento os plásticos
avançam por novas fronteiras e se consolida com um dos grandes
desafios ambientais da atualidade.
Segundo um estudo da Royal Society
Open Science, dois novos animais entraram para a cadeia mortal dos
plásticos no meio ambiente. Os pesquisadores encontram microplásticos
em krills (Euphausia superba), um pequeno crustáceo importante
na cadeia alimentar de diversas outras espécies, e salpas
(Salpa thompsoni), um invertebrado marinho, ambos encontrados no
Oceano Antártico.
Microplásticos, que são
resíduos com menos de cinco milímetros, já
haviam sido encontrados no Oceano Antártico, presente tanto
na superfície como no fundo do mar. Mas agora estes resíduos
estão afetando importantes espécies da região.
Estes animais marinhos são fundamentais na cadeia alimentar
de muitas outras espécies. O krill, por exemplo, é
alimento de baleias, pinguins e focas e as salpas alimentam peixes
e aves marinhas de grande porte.
"As evidências do consumo
de microplástico em duas espécies de abundância
muito alta do Oceano Antártico são preocupantes. Ambas
as espécies são parte integrante do ecossistema do
Oceano Antártico e ainda não entendemos completamente
o impacto que os microplásticos terão neste ambiente",
diz Laura Wilkie Johnston, bióloga marinha da British Antarctic
Survey (BAS), em nota de divulgação do estudo.
A pesquisa foi realizada entre 2016
e 2018, quando os cientistas a bordo do navio EEA James Clark Ross,
recolheram amostras de krills e salpas no extremo norte da Península
Antártica e próximo da ilha Geórgia do Sul.
Analisando os dados, verificaram que cerca de 60% do krill e das
salpas continham microplásticos de nylon. Este resíduo
faz parte da composição de equipamentos de pesca,
roupas, cordas e até de reforços de pneus, ou seja,
oriundo de microfibras.
“Neste estudo, mostramos como
esses animais são vulneráveis ao plástico em
seus habitats naturais. A pesquisa é particularmente importante
porque dá suporte a experimentos de laboratório e
fornece novos insights sobre as quantidades e tipos de plásticos
aos quais os krills e as salpas estão expostos no Oceano
Antártico", diz Emily Rowlands, bióloga marinha
da BAS e coautora do estudo.
Da Redação, com informações
de agências de notícias
Foto: Reprodução/Maxpixel
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