09/05/2024
– Ao contrário do que se pensava anteriormente, nova
técnica demonstra que o líquido pode conter de 10
a 1000 vezes mais pedaços de plástico.
A poluição plástica
é um dos maiores problemas ambientais dos últimos
anos. Os polímeros sintéticos resistentes que formam
o plástico, são responsáveis pela sua longa
vida. Os registros mostram que animais marinhos vêm sofrendo
inúmeros impactos causados pelo lixo plástico. Os
detritos invisíveis como os microplásticos e os nanoplásticos
são grandes poluidores ambientais. Estes resíduos
são tão pequenos que se infiltram em pequenos espaços,
como em nossos corpos e células, por exemplo.
Apesar dos especialistas estarem convencidos
de que estes plásticos invisíveis estão ao
nosso redor, poucos métodos foram capazes de detectá-los
diretamente, já que estes fragmentos podem ter tamanhos como
100 nanômetros ou menos, menos de 1/100 da largura de um cabelo
humano.
Um novo estudo publicado pela revista
científica Proceedings of the National Academy of Sciences,
relata uma técnica que identifica de maneira rápida
o tamanho e a composição de partículas minúsculas.
O estudo demonstrou que uma média de 240 mil partículas
são encontradas em um litro de água engarrafada, um
número maior do que o relatado anteriormente.
Sherri Mason, diretora de sustentabilidade
da Universidade Estadual da Pensilvânia em Erie, expressou
que o avanço apresentado é significativo. Em uma entrevista
à Smithsonian Magazine, ela enfatizou a importância
do estudo, destacando que a capacidade de detectar as partículas
é fundamental para a realização de pesquisas
sobre elas.
Sherri Mason comparou o plástico
à pele, explicando que assim como a pele, o plástico
está constantemente descamando. Ela destacou que atividades
cotidianas, como pisar em um tapete sintético, abrir recipientes
de plástico, dirigir em estradas ou lavar roupas, provavelmente
resultam na dispersão de milhares de pedaços de micro
e nanoplásticos, muitos dos quais são invisíveis
a olho nu.
Estes detritos acabam atingindo os
cursos de água, entrando nos pulmões e no estômago
através de alimentos e bebidas. O pouco conhecimento dos
cientistas até o momento sobre o impacto dos micros e nano
plásticos à saúde já tem causado grande
alarme a comunidade científica.
Produzidos em laboratório,
os nanoplásticos podem agravar o sistema imunológico,
interferindo no metabolismo do corpo e incitando as células
à autodestruição. Em ratos já foram
constatados diversos prejuízos causados pelos nanoplásticos
como aumento do risco da doença de Parkinson, perturbações
do desenvolvimento fetal e infiltração no cérebro.
Entretanto, estes primeiros estudos envolvem polímeros originais
que são uniformes em tamanho e composição.
No mundo real, os tipos de plásticos são mais diversos
e a complexidade do seu impacto pode ser maior.
Por anos, os nanoplásticos
foram largamente negligenciados nos estudos sobre poluição
plástica devido ao seu tamanho diminuto. No entanto, um novo
estudo adota uma abordagem inovadora, utilizando uma técnica
chamada microscopia de espalhamento Raman estimulado. Essa metodologia
envolve a emissão de dois lasers em uma amostra contendo
micro e nanoplásticos dispersos. A interação
simultânea desses lasers com as partículas faz com
que os átomos presentes nelas ressoem. Ao analisar as assinaturas
de energia resultantes das vibrações atômicas,
os pesquisadores conseguem identificar os diferentes tipos de polímeros
presentes na amostra. Além disso, podem determinar o tamanho
e a forma dos fragmentos plásticos com base na dispersão
mínima da luz que atinge as partículas.
Da Redação, com
informações de agências de notícias
Fotos: Reprodução/Pixabay
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