24/05/2024
– Conhecido por adicionar um brilho às nossas vidas,
qualquer pessoa que tenha um filho pequeno – ou simplesmente
goste se encher de brilho – sabe como é difícil
livrar-se dele depois. O glitter é um microplástico
(PET ou PVC), geralmente revestido com alumínio e filme plástico
e por isso prejudicial ao meio ambiente.
Zenia Jaege, fundadora da marca de
beleza sem plástico Submission Beauty, ressaltou em uma entrevista
à Vogue que todo plástico é poluente e prejudica
o planeta e a saúde, especialmente o microplástico,
que acaba contaminando nossos cursos de água. Ela também
enfatizou que, assim como todo plástico, o microplástico
não é biodegradável, apenas se decompõe
em pedaços cada vez menores, tornando impossível limpá-lo
ou reciclá-lo de forma eficaz.
Diante dessa problemática,
a União Europeia impôs uma proibição
aos glitters que não sejam solúveis ou biodegradáveis,
como parte da sua política mais ampla e restritiva sobre
microplásticos. Os cosméticos de enxágues,
por exemplo, que contenham glitter plástico solto serão
proibidos a partir de 2027. Já os brilhos nas roupas, onde
a decoração é considerada secundária
ao design, não estão incluídos na proibição.
Virginijus Sinkevicius, comissário da UE para o meio ambiente,
oceanos e pescas, enfatizou que a maior parte do glitter feito de
plástico se enquadra na categoria de microplásticos
com potencial de serem prejudiciais. Ele ressaltou que essas partículas
podem entrar com facilidade nos sistemas hídricos e serem
ingeridas pela vida marinha, além de causarem problemas físicos
internos. Sinkevicius também alertou para o fato de que,
à medida que essas partículas são consumidas
pela vida marinha e entram na cadeia alimentar, os seres humanos
podem acabar ingerindo de maneira indireta estes microplásticos,
resultando em potenciais danos à saúde pública
humana.
A decisão afetou as compras
na Alemanha, à medida que os amantes de purpurina corriam
para estocar suprimentos antes da entrada em vigor da proibição.
Apesar disso, é preciso lembrar que a proibição
só se aplica à União Europeia, o Reino Unido
por exemplo não faz mais parte da EU.
Existem hoje no mercado, inúmeras opções de
glitter ecologicamente corretos. Por exemplo, o glitter da Submission
Beauty é feito à base de celulose, o principal componente
encontrado nas paredes celulares das plantas, como o eucalipto.
Além disso, suas embalagens são formadas a partir
de vidro e estanho. Zenia Jaeger empresária da marca explica
que o glitter da Submission não contém plástico
e é 100% livre de antimônio (um tipo de metal) e alumínio,
tornando-o compatível com as regulamentações
da FDA para uso nos lábios e ao redor dos olhos, diferentemente
do glitter convencional.
Seguindo a tendência crescente
de sustentabilidade, pesquisadores da Universidade de Cambridge
desenvolveram um glitter de nova geração chamado Sparxell,
feito inteiramente de celulose vegetal. Este glitter replica as
cores naturais encontradas em certas plantas, penas de pavão
e até mesmo frutas. Silvia Vignolini, professora de química
e biomateriais e consultora científica principal da Sparxell,
enfatizou que começaram a descobrir maneiras de manipular
a celulose para criar cor. Além disso, ela destacou que o
Sparxell é 100% biodegradável. Ou seja, apesar da
proibição do glitter plástico na UE, há
muitas opções ecológicas tornando-se disponíveis.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Fotos: Reprodução/Pixabay
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