13/10/2025
– Um estudo da Universidade de Boston revelou que microplásticos
podem aumentar a resistência bacteriana a antibióticos,
tornando infecções mais difíceis de tratar.
Publicada na revista Applied and Environmental Microbiology, a pesquisa
mostrou que bactérias expostas a essas partículas
desenvolveram resistência a vários medicamentos. Cientistas
alertam que esse fenômeno é preocupante em áreas
com saneamento precário, onde os plásticos se acumulam
e as infecções se espalham facilmente.
Muhammad Zaman, professor de engenharia
biomédica da Universidade de Boston, destaca que a presença
generalizada de microplásticos, especialmente em comunidades
carentes, torna a descoberta ainda mais alarmante. Ele enfatiza
a necessidade de maior vigilância e de um entendimento mais
profundo sobre a interação entre plásticos
e bactérias.
Pesquisadores do laboratório
de Zaman expuseram a bactéria Escherichia coli (E. coli)
a microplásticos e observaram um efeito inesperado. Segundo
Neila Gross, doutoranda e autora principal do estudo, os plásticos
funcionam como superfícies onde as bactérias formam
biofilmes, camadas protetoras que dificultam a ação
dos antibióticos. O experimento mostrou que os biofilmes
formados em plásticos eram mais espessos e resistentes do
que os formados em outros materiais, como vidro, o que surpreendeu
os cientistas.
A pesquisa revelou que a resistência
bacteriana a antibióticos foi tão alta que os testes
de Gross, feitos com diferentes antibióticos e tipos de plásticos,
sempre apresentaram resultados consistentes: as bactérias
que cresceram sobre microplásticos se tornaram muito mais
resistentes. Zaman destaca que os plásticos não apenas
servem como locais de aderência, mas ativamente promovem o
desenvolvimento de organismos resistentes. Estima-se que infecções
resistentes a antibióticos causem 4,95 milhões de
mortes anuais. O estudo ressalta que, além do uso inadequado
de medicamentos, fatores ambientais, como a exposição
a microplásticos em áreas com pouca infraestrutura
de saúde, agravam o risco de resistência bacteriana.
Os pesquisadores agora buscam entender
como os microplásticos favorecem o aumento da resistência
bacteriana. Gross, destaca que, embora saibam que os plásticos
oferecem um ambiente propício para as bactérias, os
mecanismos exatos ainda são desconhecidos. Uma das hipóteses
é que os plásticos, que são inicialmente repelentes
à água, possam absorver antibióticos antes
que eles alcancem as bactérias, o que reduziria a eficácia
dos medicamentos. Além disso, foi observado que, mesmo após
a remoção dos microplásticos, as bactérias
continuaram a formar biofilmes mais resistentes.
Zaman alerta que a resistência
antimicrobiana não pode ser analisada apenas sob uma perspectiva
política ou social. Ele aponta que frequentemente o problema
é abordado por ângulos como políticas de imigração
ou relações internacionais, mas falta uma análise
científica mais aprofundada. O objetivo do estudo é
motivar mais pesquisas para explorar essas questões e buscar
soluções eficazes para combater a resistência
bacteriana, especialmente em áreas vulneráveis.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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