15/10/2025
– Segundo o The Circularity Gap Report 2025, apenas 6,9% dos
106 bilhões de toneladas de materiais usados anualmente pela
economia global são provenientes de fontes recicladas —
uma queda de 2,2 pontos percentuais desde 2015. Embora o uso de
materiais reciclados tenha crescido em 200 milhões de toneladas
entre 2018 e 2021, o consumo total de materiais aumentou em ritmo
ainda mais acelerado. Esse crescimento, que supera até o
aumento populacional, está gerando mais resíduos do
que os sistemas de reciclagem conseguem acompanhar, agravando o
problema global de desperdício e sustentabilidade.
A extração global de
matérias-primas mais que triplicou nos últimos 50
anos, alcançando 100 bilhões de toneladas por ano,
e, sem ações eficazes, esse número pode crescer
60% até 2060. Uma possível solução seria
aumentar a reciclagem, o que poderia elevar a circularidade global
de 6,9% para 25%. No entanto, essa meta é difícil
de atingir na prática, pois muitos materiais recicláveis
são caros ou complicados de processar, o que limita a eficácia
dos sistemas de reciclagem atuais.
O CGR aponta que o sistema de reciclagem
atual é inadequado e ineficiente para enfrentar a crise global
de resíduos. A maioria dos materiais reciclados vem de resíduos
industriais e de demolição, com apenas 3,8% provenientes
do lixo doméstico. Ivonne Bojoh, CEO da Circle Economy, afirma
que a reciclagem sozinha não pode resolver a "tripla
crise planetária" e que é necessário uma
mudança sistêmica, como liberar o potencial circular
de estoques como edifícios e infraestrutura, gerenciar a
biomassa de maneira sustentável e evitar o envio de materiais
renováveis para aterros sanitários.
O relatório propõe a
implementação de metas globais de economia circular
para reduzir o uso de materiais e a demanda por energia, além
de aumentar as taxas de reciclagem. Isso pode ser alcançado
com o incentivo ao design circular, otimização da
vida útil de produtos e componentes, e tornando o uso de
materiais reciclados uma norma para empresas de todos os setores.
Também defende a redução da dependência
de materiais virgens, priorizando conteúdo reciclado e aumentando
a eficiência dos recursos em todas as operações.
A colaboração regional e internacional, tanto no setor
público quanto no privado, é vista como essencial
para enfrentar o desafio do uso e redução de recursos
de maneira eficaz.
O relatório sugere que os governos
devem liderar a transição para a economia circular
por meio de políticas inteligentes, metas claras, cooperação
multilateral, redirecionamento de subsídios, ajustes de impostos
e estruturas para rastrear e estimular a circularidade global. Para
as empresas, a recomendação é elaborar novas
estratégias, reduzir riscos nas cadeias de suprimento e se
preparar para futuras regulamentações. Iniciativas
como economia de serviços, cadeias locais e simbiose industrial
podem reduzir custos e aumentar a resiliência.
Da Redação, com
informações de agências internacionais
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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