12/11/2025
– O relatório Plastic Treaty Futures, encomendado pela
Coalizão Empresarial por um Tratado Global para os Plásticos
– liderada pela Fundação Ellen MacArthur –
e elaborado pela consultoria Systemiq, avalia diferentes cenários
para um futuro tratado global voltado ao enfrentamento da poluição
plástica. O estudo destaca a urgência de uma ação
coordenada internacionalmente, que abranja todo o ciclo de vida
do plástico, desde a produção até o
descarte. Segundo o relatório, a falta de ação
tem um alto custo econômico e ambiental.
Caso o cenário atual de “Business-as-Usual”
(BAU) se mantenha, até 2040 poderá haver quase uma
duplicação dos resíduos plásticos mal
geridos, um aumento de 63% nas emissões de gases de efeito
estufa em comparação com 2019, além de um crescimento
de 68% no volume total de resíduos plásticos gerados
e de 50% na demanda por plástico virgem. Esses dados reforçam
a necessidade urgente de um tratado global ambicioso e abrangente
para conter os impactos crescentes da poluição plástica.
O estudo foi divulgado antes da fase
final das negociações do Tratado Global da ONU Contra
a Poluição Plástica (INC-5.2) e analisa quatro
cenários possíveis, baseando-se em duas variáveis
principais: o alcance das ações (abrangente ou limitado)
e o nível de coordenação internacional (regulamentação
global obrigatória ou ações nacionais voluntárias).
O estudo apresenta três cenários
principais para enfrentar a poluição plástica.
O Cenário Global de Ciclo de Vida Completo, considerado o
mais eficaz, prevê uma redução de até
90% nos resíduos plásticos mal geridos até
2040, uma queda de 30% na produção de plástico
virgem, um aumento de sete vezes na reciclagem global e uma redução
de 40% nas emissões de gases de efeito estufa em relação
ao cenário atual, além de gerar uma economia pública
de até US$ 250 bilhões. Já o Cenário
Global de Gestão de Resíduos, focado apenas em medidas
a jusante, alcançaria uma redução de apenas
20% nos resíduos mal geridos. O Cenário Nacional de
Ciclo de Vida Completo, com ações ambiciosas mas não
coordenadas entre países, resultaria em uma redução
de 25% nos resíduos plásticos mal geridos.
Segundo Luisa Santiago, diretora da
Fundação Ellen MacArthur na América Latina,
o momento atual é decisivo para o futuro do planeta. Ela
destaca que um acordo global contra a poluição plástica
trará não apenas benefícios ambientais, mas
também econômicos, com uma economia de cerca de US$
200 bilhões em gastos públicos entre 2026 e 2040.
Isso é especialmente relevante para países de baixa
e média renda, como o Brasil, onde a gestão de resíduos
já consome de 10% a 20% dos orçamentos municipais.
O relatório aponta a necessidade
de um financiamento significativo — entre US$ 300 e US$ 900
bilhões acima dos níveis atuais até 2040 —
para melhorar a gestão de resíduos em países
de baixa e média renda, responsáveis por mais de 95%
dos resíduos plásticos mal geridos. Na América
Latina e Caribe, a transição justa é essencial,
exigindo cerca de US$ 50 bilhões adicionais em gastos públicos.
No entanto, esse investimento pode gerar retornos consideráveis,
como uma economia anual de US$ 1 bilhão na gestão
de resíduos plásticos. Para o Brasil, país
mais populoso da região, o relatório destaca seu papel
estratégico em liderar a agenda e garantir que os países
em desenvolvimento sejam incluídos no processo global.
Da Redação, com informações
de agências de notícias
Matéria elaborada com auxílio de inteligência
artificial
Fotos: Reprodução/Pixabay
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